Elvis Perkins, o homem com nome de lenda mas que nunca procurou estatutos. Crescido numa família dividida entre Hollywood e o mundo da alta-costura, apaixonou-se por trovadores de guitarra às costas e deixou-se enfeitiçar pelas cores da pop. Ash Wednesday, de 2007, era um exercício de saudade, de despedida - a "quarta feira de cinzas" refere-se ao dia que se seguiu ao 11 de Setembro, em que a mãe do músico morreu no ataque terrorista em Nova Iorque. In Dearland esquece misérias pessoais e descreve paisagens criativas, exercício estilístico sobre influências e referências.
Perkins engana-nos com o single Shampoo, tema de menor esforço, que só foge da pop escrita por surfistas porque tem no horizonte os ritmos captados no Studio One de Kingston. A partir daí, In Dearland mostra-nos um cantautor que gostou de ouvir a melancolia na voz de Thom Yorke e agora a adapta a tradições de uma América musicada. Tão cowboy quanto aventureiro do asfalto - traduzamos: romântico apaixonado por Hank Williams e Tom Waits. Notas afinadas no tom de Dylan e tudo bem tocado. Por aqui, nestas Independanças, escuta-se Send Fond My Regards to Lonelyville.
terça-feira, 10 de março de 2009
Elvis Perkins - 'In Dearland'
22:56 Publicada por TPEtiquetas: Elvis Perkins, In Dearland, Música
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