domingo, 22 de fevereiro de 2009

Economia musical ou as finanças da pop



A questão: poderá a crise económica que protagoniza os dias influenciar a criatividade musical como fez em tempos de transição entre as décadas de 70 e 80, quando o pós-punk se tornou resposta melodiosa às perguntas sem resposta? Simon Reynolds, jornalista e crítico musical, autor de títulos que se vão assumindo como obrigatórios (falamos de Rip It Up and Start Again) comenta, num texto recenetemente publicado na mui interessante FACT.

O primeiro comentário lembra que a mesma situação social criou fenómenos como o neo-romântico, figuras tão marcantes como Duran Duran ou Adam Ant, de imagem radicalmente oposta àquela que conhececemos junto de quem demonstrava maior oposição ao "regime" urbano que então vigorava. Ou seja: a solução poderá não ser assim tão exacta.

Ao mesmo tempo, a ideia de que o estado da economia é inversamente proporcional à "qualidade" da música poderá não ser clara: o exemplo está na década de 60, em que a explosão consumista da juventude acompanhou de forma inequívoca o brilhantismo da criação pop.

Simon Reynolds prefere concentrar atenções na transformação endógena da música. Não só da obra artística mas sobretudo no que diz respeito aos métodos de "utilização" e divulgação da mesma. A conclusão final promete despertar acordos e oposições: poderá uma próxima revolução musical surgir mesmo alheada da realidade online e concentrar-se numa nova encarnação da palavra underground?

A ler.

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